Estudo da Page Personnel mostra que os investimentos em tecnologia para melhorias de processos são prioridade para as empresas
Uma parcela dos
profissionais de suporte à gestão viu seus salários permanecerem estáveis
enquanto outra parte foi contemplada com aumento real. É o que revela recente
levantamento realizado pela Page Personnel, empresa especializada no
recrutamento de profissionais técnicos e de suporte à gestão.
De
acordo com o estudo “Remuneração 2017” da companhia, 46% desses profissionais
tiveram aumento real no salário em relação a 2015, enquanto 52% dos cargos
tiveram apenas reajuste pela inflação. Outros 2% tiveram rendimentos menores em
relação à pesquisa anterior. Dos 510 cargos analisados pela companhia, 266
apresentaram remuneração semelhante à verificada em 2015. Foi observado também
que 235 dos cargos avaliados registraram rendimentos superiores ao verificado no
estudo anterior e apenas nove mostraram salários inferiores ao levantamento de
2015.
“Apesar
da crise, alguns setores já mostraram que precisam reforçar sua operação para
uma eventual retomada da economia. Há algumas áreas onde já é possível notar
esse esforço, como marketing, vendas e varejo. Muitas posições foram
sacrificadas e eliminadas num passado recente para equalizar as operações e,
agora, há um movimento para buscar mais profissionais em busca do novo ciclo de
crescimento. E essa onda faz com que as empresas busquem ao menos oferecer
salários mais atraentes tanto na hora da retenção como da atração”, explica
Ricardo Basaglia, diretor executivo da Page
Personnel.
Para
elaborar o estudo, a Page Personnel consultou as informações salariais de 62
mil candidatos de São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e
Curitiba. A partir dessa consulta, a empresa conseguiu traçar a remuneração
mensal fixa de 510 cargos em dez setores, listados em faixas salariais mensais
fixas que variam de acordo com a experiência do profissional (júnior, pleno,
sênior ou coordenador/gerente) e porte da empresa (pequeno, médio ou grande). A
empresa também procurou entender como os profissionais enxergam sua carreira, a
posição do empregador no seu desenvolvimento profissional e outros fatores que
completam a remuneração.
O
estudo distribui os cargos nas seguintes áreas de atuação: engenharia,
finanças, vendas, bancos e serviços financeiros, marketing, tecnologia da
informação, varejo, recursos humanos, propriedade e construção, operações e
supply chain e secretariado e business support.
Tecnologia da informação
O
setor de tecnologia da informação não sofreu tanto impacto quanto as outras
áreas no período de crise. Mesmo em uma conjuntura de instabilidade, os
investimentos em tecnologia para melhorias de processos e eficiência ainda
estão nos planos das empresas e os profissionais capazes de entregar as
melhores soluções ainda são extremamente bem cotados no mercado.
A
área de TI tem uma particularidade diferente: é extremamente mutante. Do ano
passado para este, novas tecnologias foram criadas e as antigas caíram em
desuso. Por isso, o profissional que está melhor cotado para TI precisa estar
sempre atualizado com o mercado e conhecendo ferramentas novas.
“Ao
mesmo tempo, empresas de tecnologia, principalmente as startups, tiveram apoio
financeiro de multinacionais e incubadoras. A partir disso, as empresas de TI
conseguiram investir em profissionais qualificados. Percebemos que a área de
tecnologia teve grandes mudanças e as companhias não utilizam mais projetos de
entrega a longo prazo e, sim, um método escalonado e mais rápido. Por isso,
agilidade e assertividade nas atuações e decisões são fundamentais para o
sucesso do profissional de TI”, detalha o diretor executivo da Page Personnel.
O
salário de um analista de suporte pleno, em São Paulo, foi o que obteve maior
ganho. Saltou de R$ 3,6 mil no ano passado para até R$ 5,3 mil neste ano.
Finanças
No
setor de finanças, foram verificados aumentos salariais em áreas de grande
demanda — contábil, financeira e fiscal. Nas outras foram um pequeno aumento ou
até mesmo queda na remuneração. Paralelamente, a concorrência entre as empresas
por profissionais com bons perfis é intensa, não só pelo bom preparo, mas
também pelas ferramentas e conhecimentos práticos que podem ser oferecidos,
como experiência em cenários complexos e a habilidade de troca de informações e
ações com outras áreas.
Os
cargos que mais tiveram alterações nas faixas salariais foram os de analistas
fiscal e contábil. O salário mensal médio de um analista contábil sênior em
empresa de pequeno porte, em São Paulo, saltou de R$ 4,5 mil em 2016 para até
R$ 6,7 mil neste ano. No caso dos rendimentos de um analista fiscal júnior,
passou de R$ 2 mil no ano passado para até R$ 3,25 mil neste ano.
Daqueles
que mais sofreram perdas nesse setor, o destaque negativo ficou por conta do
analista de controladoria pleno. A remuneração desse profissional recuou de R$
4 mil no ano passado para R$ 3,3 mil.
Vendas e marketing
O
setor de vendas tem papel determinante em uma empresa. Nesse sentido, quem
acabou obtendo destaque na remuneração foi o vendedor júnior de grandes contas
(bens de consumo). Em São Paulo, o salário desse trabalhador foi de R$ 1,95 mil
para até R$ 3 mil. Outra alta foi do analista de trade marketing no setor de
bens de consumo. Os rendimentos desse profissional saltaram de R$ 3,25 mil em
2016 para até R$ 4,25 mil neste ano.
Já
a área de marketing registrou um alto número de contratação de profissionais
com foco em marketing digital. Já as agências começaram a buscar um colaborador
mais analítico, gerenciando toda a prestação de serviço, como tempo de entrega,
índice de satisfação, entre outras funções.
Dois
cargos na área de comunicação obtiveram mais destaque no período. No ano
passado, os rendimentos de um coordenador de comunicação sênior, na capital,
chegavam a R$ 5 mil e neste ano passaram para até R$ 9 mil. Os ganhos para o
analista de comunicação sênior passaram de R$ 4,15 mil em 2016 para até R$ 7
mil em 2017.
Varejo
No
segmento de varejo não foi notada grande expansão nesse último período. Um dos
principais motivos para esse fato é a diminuição do consumo no Brasil, puxado
pelo alto nível de desemprego no País. Mesmo assim, há empresas que ainda
puderam expandir nesses últimos meses.
Nessa
área, os profissionais que apresentaram melhores remunerações foram os
profissionais da área de Operações. O salário de um analista sênior pulou de R$
5,3 mil no ano passado para até R$ 6,9 mil neste ano.
Engenharia e manufatura
O
piso salarial para engenheiros e técnicos demonstrou estabilidade, se comparado
ao ano passado. Ainda assim, dada a versatilidade dos engenheiros no Brasil e a
escassez de bons perfis entre eles, ainda há aquecimento para contratações no
setor.
Os
profissionais com nível pleno foram os que registraram maiores altas salariais.
O técnico químico em São Paulo teve seus rendimentos avaliados em R$ 3,7 mil no
ano passado. Neste ano passou para até R$ 4,75 mil. Já um técnico eletrônico/
eletricista viu seu salário subir de R$ 3,55 mil em 2016 para até R$ 4,25 mil
em 2017.
Imobiliário e construção
As
investigações e escândalos de corrupção fizeram com que grandes empresas —
incorporadoras, construtoras e empresas de infraestrutura — parassem de
investir em profissionais e empreitadas para dar foco na consolidação das obras
existentes. As empresas de pequeno e médio porte aproveitaram a oportunidade
para investir um pouco mais em novos projetos, já que viram na ausência das
grandes empresas a chance de conquistar mercado.
Um
arquiteto de projeto júnior em São Paulo recebia em torno de R$ 2,85 mil no ano
passado e passou a ter ganhos de até R$ 4 mil neste ano.
Operações e supply chain
As
áreas ligadas a operações e logística tiveram uma tensão especial nesses
últimos 12 meses. As empresas estão buscando redução de custo, melhor
performance e ajuste de produção na área. No entanto, o cenário em 2017 é bem
semelhante ao último ano, contemplando pequenas mudanças salariais.
O
analista de PCP júnior foi o profissional desse segmento que apresentou
melhores ganhos. Em 2016 sua remuneração era de R$ 3,25 mil e foi para até R$ 4
mil neste ano.
Recursos humanos
A área de RH
foi bastante desafiada em 2016 e começo de 2017. Isso forçou o setor a
desenvolver novas facetas na frente do negócio. As empresas passaram por
mudanças e redefiniram prioridades neste último ano para acompanhar o cenário
da economia brasileira. Apesar da crise econômica e da remodelagem das
empresas, o segmento conseguiu se movimentar com pouquíssimas quedas salariais.
Um analista de
treinamento e desenvolvimento tinha salário de R$ 4,25 mil em 2016 e saltou
para até R$ 6,5 mil em 2017. No caso de um analista pleno de desenvolvimento
humano e organizacional, os ganhos saltaram de R$ 3,75 mil em 2016 para até R$
5,5 mil neste ano.
Secretariado e business support
Para a área de
secretariado o ano foi bem difícil, e o segmento ainda é muito dependente do
histórico e da relação entre o profissional e a gestão da companhia. Ao
contratar um profissional para essas funções, o contratante não prioriza apenas
as habilidades mais buscadas de seus candidatos.
Fonte: IDGNOW
Fonte: IDGNOW
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